Conceitos Informação e Ciência da Informação - Professor André - 09/2011

Integrantes do Grupo: Idalmir Rodrigues de Araújo; Jeane Sampaio; Maria de Lourdes da Silva Ferreira; Maria Luiza Beneducci; Neide Aparecida de Freitas

            Contemporaneamente o termo “informação” abrange inúmeros usos e contextos, havendo diversas definições, denotando a falta de consenso em torno de sua definição.
            A palavra informação deriva do latim, etimologicamente, a raiz do termo vem de formatio e forma, que transmitem a idéia de moldar algo ou formar um molde.
            Quanto à sua definição, Le Coadic (1996, p.5) afirma que:

Informação é um conhecimento inscrito (gravado) sob a forma escrita (impressa ou numérica), oral ou audiovisual. A informação comporta um elemento de sentido. É um significado transmitido a um ser consciente por meio de uma mensagem inscrita em um suporte espacial-temporal: impresso, sinal, elétrico, onda sonora, etc. Essa inscrição é feita graças a um sistema de signos (a linguagem), signo este que é um elemento da linguagem que associa um significante a um significado: signo alfabético, palavra, sinal, pontuação. (LE COADIC, 1996, p. 5).

Reflexão do grupo:
            Pela definição acima, entendemos que a informação necessariamente, somente se torna uma informação quando existe um meio que a represente e a transmita e que faça sentido para o seu receptor.
            Essa tese é reforçada por McGarry (1999), quando ele diz que os três veículos pelos quais se transmitem informações são: os sinais, símbolos e os signos.
            Dessa forma, emitir uma mensagem pode partir de todos os sentidos do ser humano, que são transformados em informação e representados em diversos modos e suportes.
            Muitas vezes a informação surge da necessidade de comunicação de uma situação, sendo representada por símbolos, que representam uma idéia, como por exemplo, uma placa de trânsito e uma informação para não fumar.
            Mas, para essa informação fazer sentido é necessário que o receptor tenha um mínimo de conhecimento sobre a mensagem emitida. Portanto informação é um dado trabalhado e compreendido.
            No entanto, a detenção de uma informação pode ser subjetiva, conforme explicita Valentim quando diz que “[...] a informação está imbricada ao sujeito, pois requer mediação humana, o que é informação para um pode não ser informação para o outro” (VALENTIM, 2008, p. 19).
Enfim, como sugere Le Coadic, na definição de informação, se não houver associação entre o significante e seu significado não existe a informação.


Definição de Ciência da Informação

            A Ciência da Informação foi assim registrada em 1962 numa reunião do Georgia Institute of Technology.
            Borko (1968 apud COSTA, 1990, p. 139), “a Ciência da Informação trata do conjunto de conhecimentos relativos à origem, coleta, organização, armazenamento, interpretação, recuperação, transferência, transformação e utilização da informação.”

Reflexão do grupo:
            A Ciência da Informação deve ser lida com seu produto (a informação), de uma forma ampla, e não apenas como a recuperação da informação.
            Dessa forma, a Ciência da Informação promove o fluxo da informação, desde a sua origem até ser recuperada, atualmente, de forma automatizada, pelo usuário.
            Assim, definir o que é Ciência da Informação, implica em abarcar conceitos de ciências como Lógica, Psicologia, Linguística, Tecnologia de Computadores entre outras, que se referem ao uso e/ou manipulação da informação, seja intelectualmente ou por máquinas.

REFERÊNCIAS
COSTA, Antônio Felipe Corrêa da.  Ciência da informação: o passado e a atualidade. In: Ciência da Informação, v. 19, nr. 2, jul./dez. 1990, p. 137-43.   Disponível em: <http://revista.ibict.br/ciinf/index.php/ciinf/article/view/1388/1014>.  Acesso em:  31 ago. 2011

LE COADIC, Yves-François.  A ciência da informação.  Tradução Maria Yêda F. S. de Figueiras Gomes.  Brasília, DF: Briquet de Lemos, 1996.

MCGARRY, Kevin.  O contexto dinâmico da informação: uma análise introdutória.  Tradução Helena Vilar de Lemos.  Brasília, DF: Briquet de Lemos, 1999.

VALENTIM, Marta Lígia Pomim.  Informação e conhecimento em organizações complexas.  In: VALENTIM, Marta (Org.). Gestão da informação e do conhecimento.  São Paulo: Polis; Cultura Acadêmica, 2008. p. 11-25.

Publicado com Permissão do Grupo
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Integrantes do Grupo: Débora Menezes; Sueli dos Santos Reis; Telma Alencar Barros de Santana    

  1. INFORMAÇÃO E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

  1. 1 INFORMAÇÃO
Os conceitos para a palavra informação são diversos, comumente é a ação de dar forma. Popularmente pode se entender por esclarecimento. Para Dertouzos (1997) que afirma no título de seu livro estarmos no mundo da informação, esta é a hora do dia, a previsão do tempo, o peso de um bebê, a rota do navio [...]. A informação está sujeita a interpretações, passível de ser adjetivada como relevante ou irrelevante, pode ser organizada, disseminada, compartilhada... É possível observar sua evolução e identificar seus impactos. Nos últimos anos observa-se um grande crescimento no número de publicações, sobre informação nos mais variados campos. As organizações descobriram seu papel de valor para potencializar recursos, auxiliar na tomada de decisões e estratégias. Segundo Calazans (2006) a informação possui fluxo, complexidade, é importante para o sucesso, e enquanto estratégica e organizacional deve ser gerenciada para ser eficaz. Barreto (1994) define informação como estruturas significantes com apoio num processo racional e técnico com fins de organização para uso imediato ou futuro. Barreto (1994) compara a pirâmide das necessidades humanas de Maslow, com as necessidades informacionais. Na base da pirâmide as pessoas buscariam satisfazer informação de utilidade básica, como alimentação, moradia e vestuário para garantir segurança, ordem e liberdade. O próximo estágio se daria na busca por informações para atuar e permanecer nos grupos e contextos afins. No topo da pirâmide estaria os indivíduos que uma vez satisfeita necessidades anteriores, buscariam informação para reflexão, criatividade e realização. Em relação ao acesso e disponibilidade a informação pode ser manipulada, mas não o seu uso (BARRETO, 1994). Ainda para Barreto (2002) a informação pode harmonizar o mundo.
  1. 2 CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
Questionamentos sobre a organização e disponibilização do conhecimento e da informação mundial possibilitaram o nascimento da Ciência da Informação. Necessidades de conceituação foram criadas com o uso da tecnologia e das telecomunicações no gerenciamento da informação. O curso de Pós-graduação da USP¹ em ciência da informação objetiva o desenvolvimento das temáticas sobre: apropriação social da informação, gestão de dispositivos da informação e organização da informação e conhecimento. Realiza uma abordagem social-cultural sobre os processos de construção e reconstrução do sentido, do produto e bem cultural, observando e analisando processos e contextos para fins de preservação e circulação da informação. O programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Ciência da Informação do Departamento de Ciência da Informação da UFF² visa favorecer o desenvolvimento e equilíbrio social, econômico, educacional e cultural da sociedade brasileira criando condições para geração, criação e acesso da informação, para fomentar pesquisas, nas dimensões cognitivas, comunicacional, econômica, estética, ética, social, política e jurídica; estimular reflexão e debate referente às relações entre informação, ciência, tecnologia, cultura e sociedade. A UNESP³ em seu programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação estuda metodologias que torne a informação disponível e acessível, com o uso das tecnologias para construção do conhecimento científico, tecnológico e social atual, com ênfase em processos de mediação da informação como matéria-prima para o desenvolvimento do conhecimento. Conforme o Dicionário Eletrônico de Terminologia em Ciência da Informação (2007/2008), na década de 1960 surge à definição que foi retomada por Harold Borko em 1968, e continua atual
[Ciência da Informação] é a disciplina que investiga as propriedades e o comportamento da informação [...], inclui as representações da informação tanto no sistema natural, como no artificial, o uso de códigos para uma eficiente transmissão de mensagens e o estudo dos serviços e técnicas de processamento da informação e seus sistemas de programação. [...] Deve ser melhorada e liberta de algumas contradições, como a aceitação sem crítica da natureza interdisciplinar derivada e relacionada com vários campos como a matemática [...] ou como o postulado de uma componente de ciência pura [...], e de ciência aplicada [...]. É uma ciência social que investiga os problemas, temas e casos relacionados com o fenômeno info-comunicacional perceptível e cognoscível através da confirmação ou não das propriedades inerentes à génese do fluxo, organização e comportamento informacionais [...]. É trans e interdisciplinar [...], seu campo de estudo e intervenção compreende [...] a Gestão da Informação, Organização e Representação da Informação e o Comportamento Informacional [...]. Desenvolve os ramos aplicacionais [...] de sistemas tecnológicos de informação [...].

Entende-se com base nos programas e conceitos exposto anteriormente que Informação é uma estrutura com significado, passível de organização, possui fluxo e complexidade. A Ciência da Informação é trans e interdisciplinar. Enquanto ciência social preocupa-se com os problemas relacionados à informação e comunicação, seja nos sistemas natural ou artificial para que haja desenvolvimento do conhecimento.
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¹ UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Pós-Graduação Eca  em ciência da informação. Disponível em: <http://www.pos.eca.usp.br/index.php?q=pt-br/node/13>. Acesso em: 31 de Ago. 2011. Chamadas para entrevista da Segunda Fase em Ciência da Informação.
² UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE. Programa de pós-graduação stricto sensu em ciência da informação. Rio de Janeiro. Disponível em: <http://www.ci.uff.br/ppgci/>. Acesso em: 31 Ago. 2011.
³ UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE. Programa de pós-graduação stricto sensu em ciência da informação. Rio de Janeiro. Disponível em: <http://www.ci.uff.br/ppgci/>. Acesso em: 31 Ago. 2011.
REFERÊNCIAS

BARRETO, Aldo de Albuquerque. A questão da informação. Revista São Paulo em Perspectiva, v. 8, n. 4, Fundação Seade, 1994. Disponível em: <http://sites.google.com/site/joelcienciainformacao/questao.informao.pdf>. Acesso em: 30 Ago. 2011.
BARRETO, Aldo de Albuquerque. A condição da informação. São Paulo em perspectiva, v. 16, n. 3, 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-88392002000300010&script=sci_arttext>. Acesso em: 28 jul. 2011.
CALAZANS, Angélica Toffano Seidel. Conceitos e uso da informação organizacional e informação estratégica. TransInformação, Campinas, v. 18, n. 1, p. 63-70, jan./abr. 2006. Disponível em: <http://revista.ibict.br/pbcib/index.php/pbcib/article/view/318>. Acesso em: 30  Ago. 2011.
DERTOUZOS, Michael. O que será: como o novo mundo da informação transformará nossas vidas. Tradução Celso Nogueira. São Paulo: Cia das Letras, 1997
DICIONÁRIO ELETRÔNICO de terminologia em ciência da informação. Departamento de Ciência da Informação, c2007/2008. Disponível em: <http://www.ccje.ufes.br/arquivologia/deltci/def.asp?cod=15>. Acesso em: 31 Ago. 2011.


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